29 de junho de 2007

1996 - 2007

Alvim e a Aida

Uma Labrador Retriever de cor preta com um pêlo quase ofuscante e macio.
A indiscutível e grande matriarca da bicharada lá da Quinta e fiel companheira da minha mãe nas rondas matinais pelas capoeiras.
Adorava lasquinhas de queijo.
O João chamava-lhe Kursk por ter uma forma demasiado arredondada ...

Soube hoje, como quem leva um violento murro no estômago de forma inesperada, que morreu no sábado passado.
Foi encontrada na cama dela ... Dormia sossegadamente ... demasiado.

Oiço ...


e



... para aconchegar algumas lágrimas.

A minha TAAGuezinha ...


Estou quase inconsolável ... Não completamente, porque a vida no aeroporto nunca pára e há muito check-in, embarque e desembarque para fazer. E desde que começou o verão ... ui!

Já o tinha escrito antes. Fazer check-in a passageiros que viajam pela TAAG (de Lisboa para Luanda e de Lisboa para São Tomé e Príncipe) é a coisa que eu mais gosto de fazer. Têm bagagem que nunca mais acaba, é um facto. Bagagem fora de formato então nem se fala ... Ele é pára-choques, conjunto de pneus, coroas de flores, comida congelada (num vôo que tem uma duração de oito horas), fraldas, vasos que quase dá para plantar sequóias (exagero, eu sei), tábuas para passar a ferro ... enfim. São raríssimos aqueles que não têm excesso de peso. E quando falo em excesso de peso, não são nem um nem dois quilos ... é dos cinco quilos para cima. Cada quilo extra faz um belo rombo de €10 na bolsa, por isso, façam as contas. MAS ... o contacto com o passageiro é maravilhosamente humano e descontraído. São quatro horas em que me delicio a ouvir histórias, muitas tangas e tristes lamentos. É, também, nessas quatro horas que me passam à frente dos olhos as manhas mais extraordinárias para se fugir à terrível cobrança do excesso de peso.

Quando cheguei ao aeroporto por volta das seis horas da tarde (para fazer o dito cujo check-in da TAAG para Luanda), um dos meus amiguinhos deu-me a triste notícia que a Comissão Europeia decidiu, hoje, proibir a TAAG de voar no espaço aéreo europeu a partir de 6 de Julho, julgo. Como se não fosse mau o suficiente e, hoje também (horas depois da primeira notícia), um avião da TAAG falhou a aterragem no aeroporto do Mbanza Congo e embateu num prédio, tirando a vida a umas quantas pessoas e ferindo uma porradona de outras mais.

E agora? A partir de dia 6 de Julho, quem é que me vai fazer estar no aeroporto às 4:30 da manhã para desembarcar os passageiros que vêm de Luanda? Mais ... que outro vôo é que me vai proporcionar umas quantas viagens de autocarro às Plataformas Juliet ou Lima? Quantas vezes mais vou poder estar acompanhada com sete ou oito colegas a fazer check-in para o mesmo vôo? Onde vão estar a minha Elguinha e Ana da TAAG, Sr. Bastos e os seguranças que tanto nos facilitam o trabalho? Quando é que volto a fazer o check-in da bagagem da tripulação mais vistosa e que tem a farda mais catita que desfila naquele aeroporto? Quando é que volto a ver em cima da secretária do escritório do staff da portway as checklists e as mensagens de vôo do DT652/DT653 ou mesmo os Flight Coupons que nem sempre batem certo com a contagem final de passageiros?

Caramba, que companhia aérea vai equilibrar o meu stress laboral sem a minha TAAGuezinha que eu tanto amo de coração?

23 de junho de 2007

Saudades vossas aos molhos !

Em Lisboa ...

... no Metro.

... no Santiago Alquimista.

... no Parque das Nações.

... no Rock In Chiado.

... no Oeiras Alive Festival.

Em Londres ...

... na rua do The Royal Bayswater Hostel.

... em Picadilly Circus.

... no Green Park.

... no meio da confusão.

... na Buckingham Palace Road.

... dentro da Wembley Arena.

... durante o concerto de Pearl Jam.

... com a Jamely no fim do concerto.

... no dia seguinte. Carlos Miiiiiiiiguel e Ritinha. (lindos!)

... no avião de LTN-LIS.

... o primeiro crowd surf a 10 000 pés de altitude.

... no regresso a Lisboa.

22 de junho de 2007

'A' música ...

I may have written some shit lyrics in my time, but I can say that this is NOT one.

Palavras do Sr. Eddie Vedder antes de tocar a Indifference na Wembley Arena, em Londres. Sim, esse concerto fabuloso a que eu tive o privilégio de assistir ... E meus amigos, contra factos não há argumentos ...


Aqui está o video:

16 de junho de 2007

London calling ... !

So long as men can breathe or eyes can see,
So long lives this
(love) and this (love) gives life to 'me'.

Sonnet XVIII, William Shakespeare

* * *

Vou para Londres!

Vou voar com a Mónica e Rodrigo, Pedro, Marisa e Sérgio.
Vou partilhar um quarto com sete tripeir@s maravilhos@s.
Vou cheiinha de saudades, por isso ...
Vou abraçar a Patrícia com toda a saudade que acumulei nestes (longos) dias.
Vou esmagar, com um não menos saudoso abraço, mi chorlito mexicano.
Vou abraçar igualmente o Sérgio e a Belinha que também sairam mais cedo para ver outros concertos.
Vou juntar-me a mais cinquenta portugueses no Wembley Arena onde ...
Vamos (cada um) erguer uma bandeira de Portugal.

Vou ver O concerto de Pearl Jam.

Farewell ...

13 de junho de 2007

Lucky!


Fonix que até parece que foi premonição!

Hoje foi dia de concerto de Pearl Jam em Katowice, na Polónia. Era para ter assitido a este concerto, mas não vou (nem quero) falar disso agora ...

Bem, enquanto seguia a actualização do alinhamento do concerto no fórum, pus a tocar uma compilação de sete bandas, ou melhor 7 vôos de uma andorinha ... que me foi oferecida há uns dias atrás.

Obrigada, obrigada e obrigada!!! ;)

Radiohead, que nunca tinha ouvido com a atenção devida (herege, eu sei ... admito) é precisamente um dos vôos e a Lucky é a musica pela qual me apaixonei fulminantemente, o que fez com que a ouvisse umas quantas vezes seguidas.
(Afinal, Radiohead sempre deu um post e bem mais depressa do que tu ou eu julgávamos ... :P)



No fim do concerto recebo uma chamada em que só oiço o seguinte ... Linda, objectivo cumprido na Polónia! Dei o teu beijo ao Carlos, cheguei à primeira fila, levei empurrões, dentadas e entalões ... mas apanhei uma palheta do Mike para ti!

How lucky am I? ... não tenho palavras ...

Pequenita, esse espasmo vai valer-te um abraço bem mais penoso que os empurrões que levaste no concerto de hoje. Prepara-te ...

Adoro-te!

[ fico extremanente contente por teres presenciado uma das músicas que eu mais gostava de ver e ouvir ao vivo ... a Indifference ]

12 de junho de 2007

Assim foi a Grunge Festa ...

6 de Junho, GRUNGE FESTA, Santiago Alquimista


Alice In Chains, Soundgarden, Stone Temple Pilots, Pixies, Hole, Pearl Jam, Rage Against The Machine, Nirvana, Mudhoney, Queens Of The Stone Age, The Breeders, Silverchair, Smashing Pumpkins ... you name it!

Foi uma noite daquelas. Nostalgia mais profunda que a Fossa das Marianas. Uma saudosíssima noite de Rockline, ou uma pista de um English (A discoteca do Fundão) no seu melhor nas mãos de um Zé Silva ou DJ Gito. Flanelas, Doc Martens e All Star, cabelos compridos, calções da tropa. Música muito bem acompanhada com imagens excelentes de videoclips do old school. Foi um recuar no tempo ... mais de dez anos. Foi a primeira noite de três noites brutais.

A melhor? Não sei ... A mais nostálgica? Sem dúvida.
De facto, recordar é viver.

Assim foi a Festa Grunge no Santiago Alpinista. As fotografias ...


Emily (Australiana), Mónica (a mamã do rebanho Jammer) e Prizinha (Brasil)

Duas andorinhas que se infiltrarm na foto, una golondrinha mexicana e um abracinho bom do Sérgio :)

10 de junho de 2007

I miss my beautiful friend(s) ...

Primeiro apresento-vos os hóspedes e visitas permanentes destes dias:

Takeshi, um Carioca amoroso com olhinhos de japonês. Dá uns abraços maravilhosos e passou os dias a dizer Qui lindo! (uma expressão que eu uso muito) com um olhar arrebatadoramente doce. Excelente observador com comentários incisivos anexados. [ não confirmo nem desminto as fofoquices que fizeste sobre o que eu sinto ;) ]. Diz que a Black de Pearl Jam é música de chifrudo.

Pri, a brasileira mais portuguesa que existe, diz o Takeshi e eu subscrevo. Não descansou enquanto não foi a Peniche de propósito para ver um concerto dos Xutos e Pontapés. Uma Paulista do mais tagarela que existe, cheia de vida que adora a expressão Se faz favor! quando se quer chamar o empregado de mesa.

Rodrigo, mais conhecido como Rhood (pronuncia-se Rudji). Tem um excelente sentido de humor, muito inteligente e sábio nas palavras. Aproveitou as observações fofoqueiras do Takeshi e passou o resto dos dias a meter-se comigo.

Carlos, uma pérola mexicana que constatei ser mais conhecido no mundo do que o próprio Papa, ao ponto de ser abordado por uma portuguesa do norte que disse que o tinha reconhecido enquanto almoçavamos com os brasileiros nos Armazéns do Chiado. Dói de tão doce e cavalheiro que é, é una cabeza de chorlito (distraído) por viver a vida de forma tão descontraida. Ontem perdeu o vôo para Madrid, marcando ausência num concerto de Pearl Jam. Não me pareceu nadinha preocupado com a situação. Insistiu em cozinhar para jantar uma receita de peixe tipicamente mexicana. Topem-me esta obra de arte que estava uma delícia!



Patrícia, uma portuguesa que eu já conheço dos tempos em que trabalhei no OPR, na TMN. Uma Amizade que já estava chocada ... nasceu no ambiente perfeito e hoje considero-a um pilar brutal no meu equilíbrio. Diz que é má como as cobras e que não gosta de manifestações públicas de afecto. Bem se lixou comigo ... passei os dias todos a dar-lhe abraços, beijos nas mãos e a chamar-lhe querida. Teve que se render. Está agora na Polónia para assistir ao concerto dos Pearl Jam em Katowice no próximo dia 12 ... onde eu também era para estar.

Pedro, um tripeiro que passou a vida a chamar-me fraude!. Conheci-o o ano passado e este ano dei-lhe tecto aqui em casa. Um menino lindo, polivalente que não gosta de rotinas. Preocupa-se com as filas nos concertos de Pearl Jam. Está sempre com o bichinho carpinteiro para chegar às grades e consegue sempre. Percebo-o ... no festival Alive, em Linkin Park, deu-me a travadinha e fiz o mesmo.

Sandra, uma francesa (ou é australiana?) que mora em Londres há três anos e com certeza deve ser hiperactiva. Mandou o Santiago Alquimista abaixo quando, na Grunge Party (falarei dela noutro post), quando se ouviu o Killing In The Name dos Rage Against The Machine. Não falei muito com ela, mas pernoitou por umas horas aqui em casa antes de ir para Madrid.

* * *
Nos últimos seis dias, teve mais movimento esta casa do que as portagens da ponte 25 de Abril num sábado de Agosto. Foi um entrar e sair sempre frenético, na maioria das vezes a horas indecentes, carregadas de toneladas de gargalhadas e conversas até que o sol nascesse para nos chamar à razão ... Uma média de quatro a cinco horas mal dormidas, que coincidiram com horários bem madrugadores na portway, numa casa que (ainda) parece um acampamento cigano.

Hoje, cheguei do aeroporto, abri a porta de casa e quem me deu as tão por mim já habituadas ¡Buenas tardes, golondrina! foi única e exclusivamente o silêncio ... demasiado ensurdecedor e insuportável.

O primeiro refúgio foi a Morning Theft do Jeff Buckley.


5 de junho de 2007

We'll all be here ... (wel)Come Back!

PearlJammers + Bugs + No Code (banda de tributo a Pearl Jam) serão os protagonistas do melhor jantar do mundo!

Dia 7 de Junho tenham medo ... tenham muito medo. Sobretudo quem andar pelo Chiado. :)




3 de junho de 2007

OR-GU-LHO!

Orgulho, muito orgulho nos meninos ... foi o que eu senti ontem, dia 2 de Junho, em dois momentos musicais totalmente distintos ... no meu primeiro concerto de Become Not e no primeiro concerto dos Seven Color Eye.

BECOME NOT
(showcase na Fnac Colombo, 22h)


Tiveram a honra de ver o primeiro bebé na capa do livrinho da programação da Fnac e dia 30 de Junho repetem a magia na Fnac do CascaisShopping. Entraram na minha vida quando a gravação de um CD era ainda uma hipótese. Lembro-me com perfeita exactidão o dia em que ouvi (muito privilegiadamente) o primeiro esboço e me apaixonei assolapadamente pela I Am Right. Lembro-me, também, da explosão interior que senti quando o João Pedro me pôs o CD já concluído nas mãos assim como recordo as lágrimas vertidas quando tocou pela primeira vez aqui em casa. São disco de platina no meu blog e um doce sonho há muito sonhado que vi finalmente realizado ... ouvi-los ao vivo.

Saber que vocês sabem que eu adoro Become Not, aquece-me e deixa-me muito feliz. A troca de sorrisos na I Am Right foi uma prova dessa mesma cumplicidade.

Adorei o concerto. A percussão suave preenche muito mais as músicas sem descaracterizar o que elas têm de melhor na sua essência. Parabéns. Voei!

(obrigada pelo autógrafo!)

SEVEN COLOR EYE
(Muralhas Bar, p'rós lados do Autódromo do Estoril, 00.30)


Esta sei eu muito bem como e quando nasceu. As guitarradas muito descontraídas e animadas, os improvisos e as palhaçadas no Japestudios aos sábados e domingos de manhã cederam ao inevitável ... à vontade de inovar, de libertar a originalidade e de a cunhar. Assim nasceram, com muito orgulho meu, os Seven Color Eye. Recordo perfeitamente que a primeira prenda de aniversário que recebi este ano foi precisamente assistir a um dos primeiros ensaios. Lembro-me do esforço que fiz, porque estava a curar uma gripe. Foi num domingo de manhã. Recordo-me também de estarmos a almoçar e de assistir ao dilema do nome para baptizar a banda. Foi um privilégio, mais um ... o privilégio e orgulho de poder acompanhar o crescimento, passinho a passinho, dos meus meninos ...

Foi um concerto muito descontraído para os amigos, mas tocado com todo o profissionalismo de quem quer dar o seu melhor ... mesmo que seja para os amigos.

O caminho poderá ser longo e, por vezes, desanimador debaixo de tanto Sol ... Eu farei o que puder para garantir que nunca vos falte água no decorrer dessa caminhada. :)

Love for all!

(espero ter fotografias de ambos os concertos o mais rápido possível)