20 de agosto de 2008

Pukkelpop
[ dia 14 ]

(sim, devia de estar em Las Palmas, mas estou em Charleroi ... loooong story!)

Assim que pus os pés fora do comboio e segui a multidão até à entrada principal e comecei a ouvir aquele barulhinho de fundo de uma banda a tocar lá ao longe, o coração acelerou arritmadamente ... Um único pensamento passava pela cabeça, tornando-se num arrepio de espinha de cima abaixo ... Aaaai, que eu vou gostar tanto disto! (não só gostei como a-mei!)
Entrei no recinto já anilhada com uma pulseirinha amarelinha-canário no pulso esquerdo ... Bolas, como tinha saudades de uma paisagem assim!
O tempo solarengo e quentinho não era de esperar de todo para um país como é a Bélgica. Perfeito!
Comprei umas quantas senhas de bebidas e comida, olhei para o rascunho do horário e palcos das bandas que queria ver e comecei a fazer reconhecimento do local.

DIRTY PRETTY THINGS
Do pouco que conhecia, tinha vontade de os espreitar. Não apanhei o concerto desde o início mas posso dizer que foi uma belíssima malha! Muito contagiantes.

SERJ TANKIAN
Uma belíssima surpresa! Confesso que nunca fui fã de System Of A Down, sobretudo da vocalização tão particular do Serj Tankian. Mas de tão extremamente comunicativo e espirituoso que ele é, dei por mim a ficar uma boa meia-hora a ver o homem espalhar uma autêntica magia em palco.
Ainda por cima, o palco principal estava bem resguardado do vento ... logo, estava uma calina descomunal, mas que até soube bem, vá.

TRICKY
Este foi o primeiro concerto do festival que vi na íntegra e começou muito bem ... Fui abordada por um flamenco que me apanhou por trás (salvo seja) e apenas me disse o seguinte ... Pearl Jam! Yeah! Nice tattoo. (vi-me obrigada a rasgar um sorriso ... pois foi o primeiro, e único, belga a reconhecer o meu stickman)
Um senhor! Frenético e contagiante em palco, mesmo que tenha estado virado de costas para o público a maior parte do concerto. A seu lado estava também Martina Topley-Bird que na segunda música me mandou logo ao chão de tanta nostalgia. Reconheci de imediato a Black Steel (uma cover dos Public Enemy) que foi uma daquelas músicas que ficou registada em VHS há muitos anos atrás e da qual eu me tinha esquecido por completo. Amei re-ouvi-la passados tantos anos.


IAN BROWN
Estava doidinha de curiosidade para ver!
Um verdadeiro pintas o Sr. Brown ... Vê-lo entrar em palco só me veio à memória um outro pardalito, o Liam Gallagher. Sempre aos pulinhos a achocalhar a pandeireta de óculos de sol postos.
A idade não perdoa, mas mantém um sorriso adorável.
Who's from Belgium? Who's from anywhere else?

HENRY ROLLINS
Ouvir este Homem falar foi AMOR! O Senhor da noite, sem qualquer margem para dúvidas.
Sempre fui fã das letras que escreve (assim como da música), mas nunca tinha tido o prazer de lê-lo e, neste caso, ouvi-lo falar. Que espalhanço de magia, senhores!
Começou logo por comentar aquilo que eu própria pensei quando o vi entrar em palco ...
Hi, I'm Henry Rollins. I'm 47 years old ... and yes, I'm shorter than you thought.
Dei por mim encostada, de cotovelos apoiados na grade e cabeça enterrada nas mãos a deliciar-me com as histórias hilariantes sobre Van Halen, outras bem tristes sobre experiências que teve no Paquistão, mas ele lá dava a volta à coisa provocando a gargalhada geral na tenda. E como ele próprio disse, referindo-se ao Bush (óbvio que tocou no assunto ... ele e todos os americanos que estiveram presentes no festival) ... I cannot judge all by the actions of the few.
Foi de tal modo bom que não consegui deixar o homem mesmo quando já se ouvia a música dos Editors (do qual ele até fez uma piada).

EDITORS
Pois ... Por causa do Henry Rollins, perdi a maior parte do concerto e só saí da tenda (a correr, literalmente) porque reconheci o início da Smokers Outside The Hospital Doors e esta música era imperativo ver ao vivo, porque é a minha favorita do último álbum.
Já era de noite e o ambiente estava fabuloso. A área do palco principal estava ao rubro, mas ainda consegui furar um bom bocado para ouvir a minha musiquinha. Linda! ... estava toda a gente a cantá-la em quase histerismo. O raio da música é mesmo bonita. Depois desta, só tocaram mais duas ou três. BRU-TAL!
Fiquei meio triste por não ter visto mais ... mas a verdade é que não consegui mesmo sair do pé do Henry Rollins.

IRON & WINE
Depois de Editors, fui buscar qualquer coisita para comer e dirigi-me para o concerto de Iron & Wine ... Muito fixe! Confesso conhecer muito pouco, mas foi perfeito para acompanhar o jantar.

MERCURY REV
Foi só mesmo para dar uma espreitadela pela nostalgia.
As imagens projectadas eram excelentes e o vocalista mostrou ser um belo de um 'performer', sobretudo na The Dark Is Rising, que é uma das poucas que conheço e até tive sorte de a apanhar ao vivo.

FLAMING LIPS
Dei com eles enquanto vagueava aborrecida no recinto à espera dos The Killers. E que terapia ... Olho para o palco e só vejo pessoal vestido de teletubbies de todas as cores e mais algumas a dançar da forma mais patêga que se possa imaginar.
(enorme ponto de interrogação na minha cabeça ... What the fff***?, sim, porque já dou por mim a pensar em inglês na maior parte das vezes)
Enfim ... foi engraçadito, vá.

THE KILLERS
Por adorar o primeiro álbum como eu adoro (o segundo já gosto por ter visto as músicas ao vivo, confesso) e amar a All These Things That I've Done como amo, ver The Killers já se tornava imperativo. A espera valeu mais do que a pena, assim como a expectativa foi largamente ultrapassada.
Cheguei-me o mais à frente possível, ficando no 'Stone side' (os meus amores do fórum Pearl Jam sabem a que lado me refiro).
O palco estava muito bem decorado. Tinham uma tela enorme pintada na mesma onda da do site oficial, aquele jarrão enorme cheio de gira-sóis partiu-me todinha e o piano estava lindo, também ele com gira-sóis por todo o lado. Desconhecia também que o Brandon Flowers é um verdadeiro borracho! Girinho que o moço é ... sim senhor. E as calças do fatinho escuro ficavam-lhe mesmo bem.
Mas de volta ao concerto ... Como não conhecia muito bem o segundo álbum, todos os espasmos de alegria e excitação surgiram sempre nas músicas do Hot Fuss que foram quatro, para além da Shadowplay (cover dos Joy Division presente na banda sonora do Control). A primeira, Somebody Told Me, seguindo-se a Mr. Brightside, Jenny Was A Friend Of Mine e a última música do alinhamento ... até se me contorce o estômago todo só de relembrar ... All These Things That I've Done que foi, meus amigos, puro e electrizante AMOR!
Berrei, pulei e vibrei de tanta alegria por tê-los visto e por ter sido tão bom!
(foi tão bom que nem dei pela falta da Indie Rock & Roll, que foi a minha primeira paixão)


Acabados os concertos e decidida a voltar a Charleroi, às três da manhã no apeadeiro de Hasselt-Kiewit, juntei-me a uma grega com quem partilhei o meu saco-cama até às seis (porque pura e simplesmente não havia mais comboios).
Cheguei a Charleroi às 09.30h.

Ficam as minhas fotografias 'tamagochiais' ...

[a minha anilha para os três dias ... que ainda não tirei, claro]

[no último dia, o chão já não era verde mas sim branco e transparente com tantos pratos da comida e copos de plástico]

[Serj Tankian]

[Mr. Henry Rollins]

4 comentários:

Anónimo disse...

Muito baum!! \m/

ru disse...

Puffff, neste momento estou com um sentimento... como se chama mesmo ?? hummm acho que é qualquer coisa parecido com INVEJA...

Vacky Flor que mai muita sorte tens tu!!!

Beija beija

Anónimo disse...

Eu também queria ter visto Editors... a culpa não foi do Sr. Henry Rollins mas sim do Sr. Porto Wine! lol Ai Sarinha...que tu é que curtes ;) Beijinhoo

Sara Lambelho disse...

Ora essa ... vocês estiveram os dois em Paredes!

E deixem-me que vos diga que nunca desejei tanto que o recinto do palco do Pukkelpop fosse igual ao anfiteatro natural de Paredes. Os belgas, sobretudo os da parte flamenga, são umas vigas do catano! Putos de 16-18 anos com o dobro da minha altura. Só me apetecia ceifar-lhes as pernas ...