Ironic ... don't you think?

É o segundo azar que tenho este ano devido única e exclusivamente à minha pardalice.

Há uns meses, uma semana nas Canárias foi ao ar, porque não confirmei o meu 'staff travel' ... Foi negado, porque inseri mal o número de vôo ... faltava um mísero '5'. Como fiz o pedido ao mesmo tempo que a Elsa e o dela foi confirmado uns dias depois, assumi que o meu pedido também tinha sido aceite. Não foi e só descobri umas seis horas antes do vôo, quando já era impossível dar a volta à situação. No entanto, confiante, ainda me mandei para Hahn (Frankfurt) com a Elsa na esperança de comprar um vôo barato. Como achei que mais de 300 euros por um vôo SÓ de ida era um bocadinho caro, pus a Elsa no avião para as Canárias e voltei no mesmo dia para Charleroi decididíssima que havia de ir gozar uns dias a Paris. 

Passei os cinco dias em Charleroi, em casa com a Sonia e todas as santas noites procedemos ao mesmo ritual ... comprar cervejas na Night Shop e ficar na conversa até às tantas da manhã na sala, cada uma em frente ao seu portátil.

Não me arrependo. Foi muitíssimo bom até.

Este foi o primeiro momento.

O segundo foi, nem mais nem menos do que HOJE!

Devia de estar em Verona deliciada com os recantos shakespearianos, a enfardar pizzas e massas até vomitar e quiçá embebedar-me com vinho tinto italiano.

Mas não estou ... Estou onde? Em Charleroi! E porquê? Porque sou pardalita, claro!

A noite de Sábado foi agitada e no Domingo fui passear para Gent e só cheguei a casa por volta das nove da noite com uma viagem por planear, um iPod por sincronizar, uma bagagem de mão para encher de tralha ... e algum (muito) sono para pôr em dia, porque o vôo para Milão era às 6.30 da manhã e era suposto apanhar o taxi com a tripulação às 5.00.

Como já tive outros azares aquando vôo de madrugada (nem vale a pena enumerar) e tendo a certeza que não ia dormir a ponta, pus três despertadores para horas diferentes completamente confiante de que iria acordar depois de duas míseras horas de sono, sobretudo porque ia laurear a pevide. Era imperativo acordar, bolas ... ia conhecer um bocadinho de Itália!

Mas não ... aqui a pardalona acordou às seis da manhã e nem queria acreditar nas horas. Ainda mais 'aborrecida' comigo fiquei quando reparei que tinha os telemóveis todos à minha volta desligados. Tocaram até à exaustão e eu nem um gesto devo ter feito.

Sou assim mesmo ... Sobretudo quando estou realmente cansada (ou com uns copitos a mais ... o que não foi de todo o caso), durmo que nem uma pedra e uma vez que entro no sono profundo não há nada nem ninguém que me acorde.

Por já ter tido esse azar umas duas ou três vezes, já perdi a conta às vezes que fui voar de directa precisamente por ser demasiado tarde para dormir o que quer que seja, ter medo de ferrar no sono e não aparecer no aeroporto a horas para voar.

Tal foi a dose de nervos pelo ridículo da situação, que de manhã fui para o ginásio com a Raquel e descarreguei tudo no corpo. Depois pedi encarecidamente ao Alessandro que fosse comigo a Bruxelas comer sushi até cair para o lado, porque andava a ressacar desde a última vez que estive em Lisboa ( ... e a culpa é do Pêxe!) e o raio dos maki e nigiri não me saíam da cabeça há um par de semanas!

Na viagem de regresso a Charleroi, começou a tocar uma música na rádio que eu e o Ale achámos perfeita para mim. 

Cheguei há pouco a casa, de alma e estômago aconchegadinhos. Valha-me ao menos isso ... par-daaaaaa-lita! (daquela forma que só tu me chamas)