31 de janeiro de 2008

[ e-mail via tamagochi ]

Hoje foi dia de mudanças.

As três pardalitas que partilharam durante um mês o mesmo espaço num aparthotel todo fashion, estão agora separadas ... no mesmo edifício, em estúdios individuais. Duas no Primeiro andar e eu, que sou anti-social, estou no Quarto.
Depois de pesquisas frustradas para encontrarmos um apartamento e com o fim do mês a bater à porta, o 'Monsieur' Vanham (o senhorio) tinha por sorte três estúdios vagos, prontos para alugar.
Para além de fazer contratos adaptados ao pessoal que trabalha na Ryanair, este homem é uma preciosidade porque fala muitíssimo bem Inglês, o que facilita imenso as negociações.

Depois da também preciosa ajuda do Alessandro (um italiano que trabalha no aeroporto como Ground Staff e com quem fizemos amizade nas primeiras semanas), e depois de horas a dar um jeito ao novo ninho, estou finalmente deitada.
A primeira noite é sempre estranha e longa. São ruídos diferentes daqueles a que estava já habituada, são colchões com outra consistência e quando acordo levo uns quantos segundos a ambientar-me.

Esteve um dia chuvoso e a noite apresenta-se com um céu limpo, estranha e maravilhosamente estrelado. A temperatura raspa os 0'C de certeza.

A banda sonora até podia ser outra, mas não imaginam o quão quentinho é ouvir Become Not com todo este ambiente e estado de espírito.
Pôr a 'I Am Right' a tocar e absorver a vozinha doce do João Pedro enquanto percorro, linha a linha, a letra preciosamente bem escrita (da qual eu trouxe para a Bélgica a folha com a 'I Am Right' de um lado e a 'Spared' do outro que o JP deixou na minha casa em Lisboa antes de lançarem o álbum) ... Sabe-me pela Vida. Ainda por cima, enfiada pela primeira vez nos lençóis fofinhos da Quinta.

São 03.20 da manhã.
Vou ver se adormeço ...

29 de janeiro de 2008

Momentos de felicidade ...

Com o Paulo à minha esquerda, hipnotizados com a roupa na séchoir (para quem não sabe, 'máquina de secar').

À minha direita: Paulo, muitíssimo orgulhoso na sua (agora cheirosa) t-shirt heavy metal e Elsa a dobrar a roupinha lavadinha, fofa e mui cheirosa!

Ai Guinness, Guinness ...

A saga no Irish continua e o Alessandro fez questao de registar este meu (alegre e animado) momento a cantar The Clash.
O proximo passo sera cantar no palco ...


[ Espero que o 'soluçar' das imagens seja so da minha ligaçao. ]

27 de janeiro de 2008

Um anjinho na cidade

(a emoçao eh tanta que estou a lixar-me para o facto de nao conseguir escrever com acentos)
1 2 3 ... inspira ... aguenta dez segundos ... e eeeeeexpira.
Volta a inspirar ... aguenta quinze segundos (ate ficar roxa se preciso for) ... e expiiiiiiiiira calmamente!!!

Estou a sentir-me despressurizada! Por deus, tragam-me o oxigenio da fila 14 no compartimento DEF!

Lembrei-me de visitar o site oficial do Peter Cincotti. Como a Goodbye Philadelphia roda muito nas radios belgas, bateu-me a saudade e la fui eu ao www.petercincotti.com que ja nao era actualizado ha seculos. Grizei-me! (como diz o meu Xiquinho Leixonense)

O menino que um Joaozinho me deu a conhecer ha uns tres anos; menino esse pelo qual me apaixonei instantaneamente pela voz e musica; do qual tive a sorte de assistir pouco tempo depois, na primeirissima fila, um concerto lindissimo no Parque de Palmela em Cascais; o menino do anel no mindinho, que com vinte e quatro anos eh um pianista de jazz excepcional; que tem uma vozinha encantadora e, para mim, arrebatadoramente sedutora; quem eu amo assolapadamente (e amarei para todo o sempre :o] ); que toca uma das musicas da minha Vida (Sway); que veste umas camisas (que lhe assentam mui bem) do Ermenegildo Zegna, que ... que ... sei la mais o que. Um verdadeiro charmant, va. (suspiro profundo)

... Vai finalmente (dois anos depois do On The Moon) lançar um album novo (ou ja lançou, nao consegui perceber). Chama-se East of Angel Town e, segundo informaçoes no site, devera sair na proxima Primavera nos Estados Unidos, se bem que ja o vi a venda no Amazon (nao percebo).
O Goodbye Philadelphia e Angel Town ja tem video e jasus ... eh lindo, lindo, L-I-N-D-O! Ja o vi uma porradona de vezes. Apesar deste terceiro album me parecer muito menos jazzy e bem mais pop que os outros, mau nao ha-de ser de certeza ... eh Peter Cincotti!

Oh coisa mai linda ...

Today's forecast ...

Ora vamos lá aprender umas coisinhas.

Charleroi e a zona circundante têm um clima muito especial. Para além de estar um frio de rachar (com céu limpo arranha entre os 0ºC e 8ºC e com chuva entre 5ºC e 11ºC), uma das características climatéricas por estes lados é o vento. Imenso, imenso, imeeeeeenso! Descolagens e aterragens neste aeroporto, definitivamente, não são para qualquer piloto.
Felizmente, nunca tive a experiência de ser desviada para outro aeroporto devido ao mau tempo, mas ao que parece, sobretudo no Inverno, a situação é muito frequente.

Aterrar sentada no jumpseat da frente quando está vento ... meus amigos ... meus amigos. Primeiro, estamos virados de frente para os passageiros e, depois, as janelas permitem observar as variadas inclinações que o avião faz até tocar com o trem de aterragem no chão. Por vezes, dá-me a sensação que o avião se vai partir todo porque a inclinação é mais exagerada para um dos lados. Surpreendentemente (ou não), há pilotos que conseguem, nestas condições, aterrar com uma suavidade fenomenal sem que o avião 'saltite' ('a bumpy landing' como costumamos dizer).

Sustos à parte ... num destes dias, o Tupi enviou-me um e-mail interessante e muito didáctico sobre 'O que é a turbulência'.

Turbulência também é daquelas coisas bastante frequentes, sobretudo, quando se sobrevoa os Alpes ou Pirinéus.
(abro um parêntesis para vos dizer que sobrevoar montanhas proporciona a melhor das paisagens ... é uma coisa por demais. Brutalmente bonito e indescrítivel.)
Muitos passageiros não resistem aos 'solavancos' o que leva a uma distribuição quase em massa de sacos para o enjôo. :P

Para que se percebam bem as causas e efeitos, tirem dois minutinhos para ver a explicação que se segue. Eh uma animação, por isso, não eh maçuda.


Glossario:
Jumpseat -> assento duplo onde a tripulação se senta para descolar e aterrar. Num avião existem três: um na parte da frente (onde se sentam o N.1 e N.4) e dois na parte detrás (no da esquerda senta-se o N.2 e no da direita senta-se o N.3)

26 de janeiro de 2008

Oh Captain, my Captain ...

Ainda não tive oportunidade de voar com todos os comandantes que trabalham aqui na Base, mas este senhor é O comandante!

De sua graça Nick (belga) é de longe o comandande mais simpático e divertido, está sempre bem disposto e é super brincalhão. Não há rotações como as dele, especialmente em Itália, que é o único país que não permite embarcar passageiros enquanto o avião reabastece. Assim sendo, a tripulação tem sempre uns dez minutinhos para descansar, apreciar a paisagem, dar dois deditos de conversa, rir um pouco e ... dar um pézinho de dança, porque o Comandante Nick faz questão de pôr uma músiquita p'ra gente descomprimir.

Acho que a fotografia não compromete o que acabei de escrever.
:o)

Glossário:
Rotação/Turnaround -> espaço de tempo em que, depois de aterrar, procede-se ao desembarque dos passageiros, dá-se um jeitinho à cabine (porque há passageiros assim para o 'porquinhos'), reabastece-se o avião, faz-se a Folha de Carga do próximo vôo e embarcam-se os passargeiros.

24 de janeiro de 2008

'wha-eva!'

Tenho tantas novidades, pardalices, habitos, pormenores e novos amigos que quero partilhar, mas nao me sinto capaz de formular um texto coerente e conciso.

Neste momento estou na sala do quarto aqui no aparthotel com a Raquelinha. Acabamos de visitar um predio que tem uns quantos estudios equipados para alugar.
Inicialmente ate já tinhamos uma casa, já tinhamos tirado a bagunça toda que os meninos que moraram lá anteriormente, fizeram e so faltava limpar o apartamento a fundo. A vontade e disposiçao eram mais que muitas ... MAS ... (enquanto eu voava) as meninas foram abaixo por completo quando se depararam com um desafio demasiado 'exigente', digamos. As minhas madrugada e manha tinham sido impecáveis. Voei com uma tripulaçao maravilhosamente simpática e tranquila que fez com que nove horas de trabalho tivessem passado assim ... puff! ... num instante. Tao boa ao ponto de chegar a Charleroi e nem fazer questao de ir a casa desfardar-me antes de me encontrar com a Raquel e Elsa. E que nem os pes me doiam. Comprei uma sandocha e, feliz e contente da vida, fui ter com as meninas. Rapidamente, a excitaçao de partilhar o meu dia excelente de trabalho se transformou num enorme (e tremendamente esgotante) conflito de emoçoes.
'Sara, vais-te passar ... pah, eu nao consigo fazer isto. Nao estás bem a ver o nojo que isto está.' ... ... ...
Aquilo que estava tomado como 'garantido', que tinhamos planeado, imaginado ... sonhado tinha ido por água abaixo. Era tal a tristeza nelas (e a minha vontade de dizer que nao podiamos voltar a cara a luta) que se tornou dificil para mim decidir as opçoes ja pensadas por elas. So sei que, nessa tarde, cheguei ao aparthotel, tomei um banho e infiei-me na cama para descansar a cabeça. Tinha dormido umas tres horas, levantara-me as quatro da manha, aterrei em Charleroi as duas da tarde e sim, depois de ser confrontada com tanto desanimo, estava a sentir-me descompensada a passar para a fronteira da rabugice. Deitei-me, dormi umas horas e pronto ... acordei fresca e fofa.
'Vamos ao Irish tomar um copo?', pergunta a Elsa. ''Bora!', respondi. A Raquelinha ficou por casa. Vesti, pela primeira vez, a minha t-shirt de Pearl Jam da capsula espacial e la fomos nos rua abaixo.


A saudaçao do ja amiguito Gavin (Gaven, um dos empregados) foi maravilhosa ... 'You girls are comin' for a coffee? ... 'cause we have standards.', como quem diz 'Isso do cafezinho tem que acabar. Voces sao mulheres ou garotas?'.
Decidi faze-lo feliz ... 'A coffee and PINT Guinness, then.' (note-se que ate entao eu so andava a beber half pints).

Coffee and THE pint Guinness
Ia a meio quando começa a chegar a cabin crewzada toda com nos nos damos mais. Os espanhois Luis e Juan Jo (abreviatura de Jose); o meu N.1 favorito, o russo (e gay assumido, mas nada bichona) Aleksandr que morou um Liverpool uns tempos e tem um sotaque que me faz quase rastejar; tres meninas e o Alessandro que e italiano e faz parte do 'ground staff' no aeroporto de Charleroi. Foi um serao e tanto. Os espanhois estao sempre na parodia e a maneira de ser do Aleksandr criam um dos melhores ambientes para libertarmos as tristezas.

Aleksandr ... tem uns olhinhos lindos! (so me apaixono pelos rapazes errados, bolas!)

Nao me lembro do nome da 'escurinha', mas ao lado esta a Marketa (acho que e belga)

Juan Jo e Luis
'Wha-eva!' (whatever) ... foi a expressao que mais se ouviu (e ouve). Tem uma forma especial para ser pronunciada porque tem aquele toquezinho Liverpoolense. Aqui a Sara faz a tentativa de reproduzir o som e, depois de ser corrigida umas quantas vezes, sou dada como 'incompetente', se bem que ainda nao consegui perceber qual e a parte do 'wha-eva' que eu pronuncio mal. Adiante.

Pede-se mais uma pint e as gargalhadas sobem de volume. O Irish e tambem o unico bar que proporciona o matar de saudades de musica de jeito. Ouve-se The Stone Roses, Oasis, Coldplay, Led Zeppelin, Pink Floyd e por ai a fora.
Ah, um pormenor ... os rapazes de ca tem uma mania/habito de pagar rodadas ao pessoal que voces nao imaginam. Perguntam constantemente a toda a gente da mesa nao se queremos beber alguma coisa, mas sim, o que e que vamos beber a seguir. Cavalheirismo ou engate? Pah, nao sei. Mas eles pagam as bebidas a quem estiver sentado na mesa.


No video esta o Alessandro no cantinho esquerdo da imagem, ao lado (a tirar uma fotografia a um bebedo na rua) esta o Aleksandr e depois o Luis que, com atençao se percebe logo o sotaque espanhol a falar o ingles ... depois sou eu que nao sei pronunciar wha-eva como deve de ser.

Beca beca aqui e acola, duas pints mais uma meia pint e ja pedia ao Aleksandr para me escrever cenas em russo, nomeadamente, 'Amo-te'. Com toda esta mistura de culturas, so tenho a dizer que o meu Moleskine (ou mokikika como a Elsa lhe chama) esta feito num verdadeiro poliglota. Peço a toda a gente para escrever coisas em italiano, espanhol, frances para ir aprendendo umas coisas.

Ah! Descobri que aqui na Belgica o Sr. Peter Cincotti faz muito sucesso. Ouve-se vezes sem conta nos supermercados e assim, a recente Goodbye Philadelphia. E um conforto para a alma. Nao imaginam.

Isto para dizer que, a dada altura, sou completamente surpreendida quando começo a ouvir a Gone. Pareceu tao impossivel que nem reconheci a musica a primeira. Comentei com o Gavin que a musica era muito boa, ao que obtive uma resposta gestual de dois 'thumbs up' e um sorriso muito convicto.

Querem ouvir o meu triste estado?

:o)

Para finalizar, deixo o video de uma musica muito especial. Sera certamente a musica que marca o inicio da aventura destas tres pardalitas por terras de Charleroi.
Vou contextualizar.
Certo dia, o Luis convidou-nos para fazer um seraozito de cinema na casa dele. Mesmo antes de começarmos a ver o filme (Inside Man), aparece vindo do quintal, que tem ligaçao com a casa do Luis, um italiano que eu adoro ... o Pepe (de Giuseppe) que tinha regressado de ferias, tambem ele Cabin Crew. Da ares de ser taralhoco, mas e do mais comico que pode haver. Alias, espanhois e italianos sao as nacionalidades mais acolhedoras na Base.
No fim do filme, o Pepe agarra-se a viola do Luis e, qual Trovador, começa a tocar uma musica qualquer que ele e o Luis gostam muito, mas que eu desconhecia por completo. Ainda fui tomada como ignorante ... 'You don't know this song? Fuuuck, really?'.
E um momento do qual nao me vou esquecer nunca. Ver o Pepe sentado no sofa com a viola na posiçao como pertence a tocar a musica e ouvir o Luis a canta-la com o seu magnifico sotaque 'inglenhol'.

Chegamos a casa e vai de ouvir o raio da musica no Youtube. A partir desse dia, essa musica ficou garantidamente marcada como A musica para os proximos tempos (e futuro certamente, saudoso)
E a musica ja roda incessantemente aqui em casa.

21 de janeiro de 2008

Nos por cah, tudo bem!

(pah ... o portátil do Paulinho estah minado com alguma virose e não permite usar os acentos nas palavras, por isso ... vou tentar que o 'corrector' do blog ajuste o numero máximo de palavras)

De dia 19 para 20, houve ramboia cá em casa (atenção que ainda estamos num aparthotel). A Elsa atingiu os 30 e decidimos que ela deveria fazer para jantar uma das suas magnificas especialidades ... Massa Bolonhesa. Uma maravilha de sabor tão apurado que nem o próprio 'Ratatouille' lhe chega aos calcanhares. Eu e a Raquel tratamos do bolo e das velas que foi uma coisa bonita de se ouvir (eu na pastelaria a espalhar magia francesa a falar com a empregada), convidamos o pessoal mais chegado, beberam-se umas garrafitas de vinho tinto e a noite acabou, como de costume, no Irish a virar uns canecos com a restante estrangeirada.

Os rapazes ah minha esquerda: Giuseppe (um italiano muitíssimo castiço, vê-se pelo sorriso maroto, e eh vizinho do Luis) e Samuel (o arrasa corações da Base). Depois ah minha direita estah o Luis (espanhol) que foi o primeiro amigaço que fizemos por cah.

Beijoca boua da Raquelinha, jah no Irish

No dia seguinte, juntamo-nos a três portugueses que conhecemos num destes dias e decidimos ir dar um giro a Bruxelas. Almoçamos as quatro da tarde uma bela de um bifana no prato num restaurante português e, para não parecer mal, porque estávamos com um espírito muito domingueiro, demos uma volta a pe no centro de Bruxelas. Compramos chocolates (nem vou comentar), comemos waffles (com chocolate, claro) e fomos ver a minúscula estátua do puto a fazer chichi (Manneken Pis). Como ja estava escuro, ficou a promessa de regressar para se fazer uma visita ah excurcionista como deve de ser.

Elsa, Raquel e eu na Grand Place

Cascata de chocolate ... não consigo comentar

A alegria da criança ... literalmente.

A bela da waffle

Manneken Pis

:o)

18 de janeiro de 2008

Hábitos

Estou há três semanas em Charleroi e não tenho a certeza se o tempo está a passar depressa. Olho para trás e sinto que já cá estou há uns dois meses. Será certamente devido à intensidade e ao aprofundamento das novas (e tão multiculturais) amizades.
Alguns belgas, muitos italianos e polacos, outros tantos espanhóis e agora ... sete portugueses.

Num destes dias, estava deitada de papo para o ar na cama a ouvir Become Not enquanto as núvens e o frio faziam das suas na rua. Mentalmente, comecei a recordar hábitos e rotinas que tinha em Lisboa e no Fundão. Tardes de leitura e alguma escrita na esplanada do Pão de Canela, brownies com amigos no Hard Rock, pequenos-almoços e lanches na Avenida de Roma com a Patrícia, petiscadas no Verde Perto com o meu Amizade, noitadas no Bairro Alto, um cafézito no Magnólia do cinema Londres, grandes sestas no Divani, tardes de Domingo no sofá da Quinta, rambóias com os fundanenses à porta do Sopas, dois ou três dias seguidos de sol, enfim ... hábitos ... dos quais estou temporariamente privada.
Entretanto, ontem apercebi-me que já tenho cerca de vários hábitos 'chareloenses' dos quais me vejo a ter grandes saudades quando partir.

Fotografei os momentos ...

Começa com este, um café-restaurante todo pi-pi chamado Luxembourg. Foi o primeiro, e único (diga-se de passagem) que eu e a Elsa encontrámos onde se serve café como deve de ser e onde (no segundo andar) é permitido fumar.
à terceira ou quarta vez, ficamos deliciadas quando o empregado perguntou se iamos beber o costume ... 'un café petit petit petit (que foi a forma que a Elsa arranjou para pedir um café curto) et un cappuccino italien, c'est ça?'. 'Oui! C'est ça!', completamente maravilhadas.
Um pormenor maravilhoso para estas zonas é que, tanto o café como o cappuccino, vêm sempre acompanhados com uma bolacha de chocolate. Adoro!

Até me babo com este. 'Cornet de pate Napoli avec fromage pecorino'. Quem me conhece sabe o quanto eu amo comida italiana. Não enjoo massas e pizza por nada deste mundo e quando a vontade bate no estomâgo, lá vai a Sara à pequenita Anna Pizzeria aconchegar-se com um 'copo' destes. É delicioso!
Um dos meus objectivos é sair de cá a saber falar Italiano (o básico, claro). Toda a estrangeirada que está cá há mais de cinco meses já se desenrasca com os passageiros e eu fico louca sempre que os oiço falar.

Chega a noite e lá vamos nós ao Irish ter com a rapaziada toda. Para já, daqui do Aparthotel, ainda levamos uns cinco minutos a chegar até lá, mas no fim do mês, o Irish vai estar praticamente ao virar da esquina. Já arranjamos casinha, mas isso fica para outro post.
'Coffee and a half pint Guinness, please'. Se há coisa que adoro é, enquanto bebo o café, é ver a Guinness 'cooling down'. E meus amigos, estou a tornar-me numa verdadeira pro, tal é o hábito de beber Guinness (que é bastante trepadora, mas em dia de noitada já consigo aviar umas quatro ou cinco), que posso dizer que estou a prestes a dar o passo seguinte ... 'pint Guinness'. Sim, um balde gigante daquela cerveja que eu tanto adoro e que só me faz lembrar o Ricardo em Monte Gordo.

Outras rotinas que me ajudam no equilíbrio é a sessão de cinema aqui em casa. A Elsa trouxe o disco rígido com uma porrada de filmes e séries. Fazemos questão de ter pipocas e tudo!

E agora que olho para as horas, reparo que já devia de estar deitada e no terceiro sono, porque vou voar às 05.30 da matina. O 'menu' diz que vou a Pisa e Turim com um dos N.1 que eu mais adoro, o Aleksandr que é Russo, já rodou umas quantas Bases, tem um sotaque todo 'Liverpool' e para mal dos meus pecados é bem engraçado mas é gay (assumido). Faz sempre o mesmo comentário sempre que se embebeda ... 'I'm completely wasted'.
Brevemente, publico um post sobre as amizades Ryanair que já tenho por aqui. Estou só a tentar recolher imagens. ;)

13 de janeiro de 2008

Karim = Pepe, Le Pew

Acabada de chegar de uma noitadazita no Irish com alguns Cabin Crew, que até estava a correr muitíssimo bem (no fim, ouvi o 'Umbrella' do meu Alexaaaaaaaandre e tudo), e depois de vasculhar sem dó nem piedade a Net até encontrar o raio da personagem, os segundos de animação que se seguem traduzem fielmente, aquilo que sinto há dois dias desde que voei com um francês (demasiado romântico) de seu nome Karim.
Lembram-se de ter falado do italiano completamente louco? O francês que conheci é, sem tirar nem pôr, tão meloso quanto o Pepe, Le Pew. Juro! Não é por mal que eu comento isto, até porque o rapaz é extremamente simpático e amoroso. No entanto, confesso que é a última coisa que quero neste momento.
Obviamente, eu sou a 'gata' que está deitada na relva, descansadinha da vida.
Alexandre, não queres vir ter comigo?
(e mais não digo)

12 de janeiro de 2008

The Day Brings ... A Good Start

Vou dar numa de sinestésica ...

Nunca ninguém me disse que esta aventura seria fácil e eu própria fiz questão de interiorizar que há muitos 'baixos', sobretudo no início. Onde a Língua Portuguesa não existe, o Inglês é um benção e o Francês é um desastre (por enquanto). Família e amigos ficam para trás a quase 1800 km de distância. Os pequenos vícios e rotinas tão adoradas, pura e simplesmente, deixam de existir. Cidades como Fundão e Lisboa, que aos meus olhos são autênticas aldeias, são trocadas por uma Charleroi onde me perco constantemente. Uma casa outrora partilhada com um irmão é trocada pela incerteza de um 'ninho' compartilhado por duas colegas de curso (que estou a adorar conhecer).
Impotente, inútil, inculta, feia, perdida e sem identidade são adjectivos sussurrados pela Mudança. Duram um dia, uma manhã, um vôo de dez horas, breves minutos. Na maioria das vezes, permito apenas um ou dois flashes.
Nunca ninguém disse que ia ser fácil, mas ... supero-me a cada dia ... com um orgulho próprio inabalável.

Faço por viver, muito mais do que apenas ... existir.
Uma das milhentas receitas? ...

The Day Brings, Brad


Passadas três semanas e dois dias, e depois de um vôo fantástico onde nove horas pareceram duas, sou preenchida pela excelente sensação que fui feita para isto, porque está-me no sangue, a paciência continua com um nível de ebulição incrível e o gosto com que carrego as responsabilidades que me competem é enaltecido pela simpatia natural, sempre comentada pel@s colegas com quem voo. Bolas, não tenho como não me sentir 'inchada'!

It really is ...

A Good Start, Maria Taylor

10 de janeiro de 2008

Fotos à molhada!

Com o Rafa numa das pausas durante o curso


A fazer ó-ó encostada ao Xico


No jantar de fim de curso, abraçada ao borracho, Bruno e Fred


Miguel e a minha Lenaaaaaaaaa


Aires, Elsa e Miguel na visita à Base


Beijinho 'calimero' a 37,000 pés de altitude


Até que a Ryanair nos separe ... Elsa e Raquel


'Oh mon Capitain!' ... Danièle e Aires numa pausa do curso


Já em Charleroi com o Miguel, Raquelinha e 'King' Michel


Passagem de Ano no Irish, provavelmente o bar mais movimentado de Charleroi, com Samuel, Raquelinha e Elsa


As minhas duas 'gaijas' ... ontem.



E para já chega e é o que há. Quando tirar fotografias aos ex-libris desta fantástica cidade, eu publico.

Beijos gordinhos!

9 de janeiro de 2008

...

'Por vezes nos vôos há olhares que se reconhecem, são mecanismos efémeros que cintilam no interior da memória. Talvez te tenha já visto num dia de chuva, resguardada por uma outra pele que não essa. Talvez a tua forma viajante, desprendida e inspiradora seja o vulto ambíguo que encontro em todos os sítios.

Tenho felizmente a certeza que te verei de novo, noutro tempo, com este ou outro corpo. Talvez a nossa forma se reconheça e dance se tudo estiver certo.'

[ adapatado do epiderme escrito pelo querido amigo Pedro Fiuza ]

8 de janeiro de 2008

Guaranteed

(a usar o portátil do Paulo que é um amor de um algarvio)

Depois de treze dias quase congelado, eis que se acende uma chama num coraçãozito em Charleroi ...
A Guaranteed tem video oficial.


Leave it to me as I find a way to be
Consider me a satellite for ever orbiting
I knew all the rules but the rules did not know me
Guaranteed ...

3 de janeiro de 2008

Da cama do Miguel ...

É tarde e podia ser mais cedo. Amanhã, tenho de estar no aeroporto às 12h e o 'menu' diz que vou a Valência e Roma. Ora isto corresponde a umas oito horas no ar e a doze no geral.

Sozinha na sala/cozinha/quarto do aparthotel temporário, tento adormecer mas está difícil. O sofá-cama onde eu pernoitava foi hoje trocado pela caminha do Miguel ... É tão fofiiiiiiinha! No entanto, não consigo adormecer...

''Tears stream down your face when you loose some'one' you cannot replace''

Boa noite para ti oh, patêgo anormal que já andas pela Portela.

Beijos muito obesos ao meu Xico, Leninha e Danièle em Girona. Gosto muito muito muito muito de vocês.

Lição de vôo N.1

(os teclados nesta terra dao uma luta terrivel, por isso, qualquer acento ou hifen que falte nao eh por burrice de gramatica da utilizadora em causa, mas sim por nao conseguir encontrar a respectiva pontuaçao)

Bem ... para alem do frio habitual que se faz sentir nesta terra, a partir de hoje Charleroi eh uma cidade bem mais fria. Acabei de deixar na estaçao de comboios com destino a Bruxelas (para de seguida apanhar um aviao para Portugal) o unico rapaz da casa ... a pessoa com quem criei mais afinidades ao longo do curso, um patêgo que nem me deu tempo para processar a sua partida, fazendo com que eu ainda esteja em estado de choque. Mas pronto, eu sou mesmo assim ... lamechas.
Como canta o outro, 'eventualmente o peito deixa de doer' e continuo bem acompanhada pela Raquelinha que eh um doce e pela Elsa que transmite muita força e confiança.

Anyway ...
Depois de dois vôos como elemento extra, no primeiro vôo 'online' tive o enorme prazer de ser a unica rapariga na tripulação. Voei com cinco homens! O Comandante e o Co.Piloto; dois gays (Julian, polaco e Juan Pedro, espanhol) e um italiano (Felice) do mais atiradiço e romântico como manda a regra. Assim que lhe dei 'confia' (como o Miguel dizia), o sacana não me largou. (sem querer, encontrei o 'til')
Estão a ver aquele desenho animado da doninha francesa muita melga que anda sempre atras da gata (ou doninha tambem)? Eh o Felice! lol ... Mas o rapaz tem muita pinta, ha que ser sincera.
A rota foi a seguinte ...
Charleroi=Girona
Girona=Charleroi
Cherleroi=Treviso (Veneza)
Treviso=Charleroi
Entrei às 14.30 da tarde e regressei às 23.00.

E com este belo baptismo, sou desde ontem e oficialmente N.4 dentro do aviao. Sento.me no 'jumpseat da frente' mesmo ao lado do N.1 (ou CSS, Cabin Service Supervisor).

Tendo em conta a mistura de 'estilos', o vôo de ontem soh me faz lembrar este video ...

Ainda estou em fase de adaptação, como eh obvio, mas estou a adorar ... Estah a ser um desafio excelente e necessario em que, em poucos meses, me vejo uma Sara bem mais crescida ... mais do que eu ate acho que jah estou.

E pronto, vou continuar a aproveitar o meu primeiro 'day off'.

Amo.vos muito!

p.s. beijinho enorme para o Miguel (vou ter muitas saudades tuas, patêgo)

Telegrama 'bruxelês'

Estou bem. stop
Estou a adorar. stop
(mas) Estou triste. stop
Há-de passar. stop