[ ... curtos, longos, picados, em linha recta, rasantes, descoordenados, suaves, acrobáticos, planados, ondulados ... como são também muitos momentos da nossa vida. ]
Gonna take a sentimental journey Gonna set my heart at ease Gonna make a sentimental journey To renew old memories
Got my bag, I got my reservation Spent each dime I could afford Like a child in wild anticipation Long to hear that "All aboard"
Seven, that's the time we leave, at seven I'll be waitin' up for heaven Countin' every mile of railroad track That takes me back
Never thought my heart could be so yearny Why did I decide to roam? Gotta take that sentimental journey Sentimental journey home ( ... )
Depois de uns quatro meses atribulados, preenchidos, cansados, sofridos, desfrutados, deprimidos, gozados, resistidos, ignorados e muito trabalhados ... regresso ao Fundão para sossegar o coração e trazer de volta tudo o que sei que tenho de melhor mas que tem andado perdido aqui por Lisboa.
Dá-me a tua melhor faca p'ra cortarmos isto em dois ... e amanhã esquecer.
(aos 3m58s) São as únicas palavras da música ... Brutais e arrebatadoras ... não me perguntem porquê. Sinto-as assim. Linda Martini ... Fenomenalmente viciante ... é o que se me oferece dizer.
Cheguei a casa às dezassete horas da tarde, depois de dois dias turbulentos e longos de aeroporto. Com a cabeça feita em água e corpo dormente, desfardo-me, desmaquilho-me, faço um mosh descomunal no Divani e ajeito a almofada ... Fonix, que sova. Estou que nem posso! Ligo a televisão pressionando o botão com o número nove (SIC Radical) ... Deixa lá ver se estes gajos ao menos transmitem em directo o concerto de Sonic Youth. Começo a ouvir guitarradas instrumentais ... a imagem aparece segundos mais tarde. (a minha Sony é um espectáculo ... tem um delayzito como a utilizadora) Quem serão estes gajos? Têm pinta tuga ... mas o som parece ser bem porreirito. Tento lembrar-me do cartaz e só recordo que Cansei de Ser Sexy é uma das bandas de hoje. Faz-se Luz ... Linda Martini. Hum ... serão eles? Como a banda nunca me despertou grande interesse (achava-os assim meio deprimentes, confesso) e sem ter a certeza se seriam mesmo eles, dei início a um breve zapping ... Júlia Pinheiro, Oprah com a Janet Jackson, o filme da SIC era demasiado elaborado para fazer ronha, yo's na Mtv, Madeleine na SIC Notícias ... e desisti. Estava de volta ao canal nove. Deixa cá imbestigar mais um 'cadinho, com sorte as câmaras ainda apanham o Pimenta e o Carlos Miguel. Deixei de ficar indiferente ao que estava a ouvir ... Olha que fixe, parece Sonic Youth ... Com uma rapariga a dominar no Baixo, tão fixe ... e gira que a miúda é ... Fonix os gajos têm cá uma pujança em palco, vai lá vai. Queres ver que é mesmo Linda Martini?
Felizmente e para acabar com a dúvida que já se tornava estúpida, apareceu em rodapé: Paredes de Coura (símbolo) - Linda Martini Sentei-me para os olhos focarem melhor a imagem. Como assim, Linda Martini ... eu não gosto disto. Que concerto do filho-da-mãe ... e a música é altamente! Seguiu-se um breve momento de auto-flagelação mental (do qual não vou fazer transcrição) e deixei-me ficar sentada no Divani, desta vez em posição de Buda ... maravilhada, orgulhosa por somar entusiasticamente mais uma banda portuguesa aos meus gostos musicais. Caramba, estes gajos são os melhores herdeiros que os Sonic Youth alguma vez tiveram ... e são portugueses! Coisa mai linda! Reconheci a Amor Combate, a primeira música que ouvi deles ... da qual não gostei, confesso uma vez mais. Lembro-me bem. Achava-a pesada, molengona e descompassada.
Completamente rendida à energia dos cinco elementos em palco e a um público que preenchia toda a inclinação do anfiteatro do recinto, enviei uma sms ao Tiaguinho: Fonix Pimenta, acabei de ver a Luz ... Linda Martini é lindo! Grande concerto. O vocalista anuncia a Adeus Tristeza ... uma música do Fernando Tordo. Ui ... o que é que vai sair daí, homem. Passei-me com a interpretação ... experimentalmente doce e sónica. Adorei! Fui conquistada. Estou apaixonada.
Na primeira aula de surf da Patrícia, o mestre Delícia do Mar Joãozinho 'Deva' fez um comentário que não saiu da minha cabeça ... por vezes, quando estamos virados para a praia, a rebentação da onda cria à nossa frente umarco-írislindíssimo que as pessoas do outro lado não têm o privilégio de ver.
Why are there so many songs about rainbows, And what's on the other side? Rainbows are visions, but only illusions, And rainbows have nothing to hide. So we've been told and some choose to believe it, I know they're wrong, wait and see. Someday we'll find it, the rainbow connection, The lovers, the dreamers and me.
Who said that every wish would be heard and answered, When wished on the morning star? Somebody thought of that, and someone believed it, And look what it's done so far. What's so amazing that keeps us stargazing And what do we think we might see? Someday we'll find it, the rainbow connection, The lovers, the dreamers, and me.
All of us under its spell, We know that it's probably magic ...
Have you been half asleep? And have you heard voices? I've heard them calling my name. Is this the sweet sound that calls the young sailors? The voice might be one and the same. I've heard it too many times to ignore it, It's something that I'm s'posed to be ... Someday we'll find it, the rainbow connection,
The lovers, the dreamers, and me ...
Num destes dias, também eu estarei do outro lado ... somewhere over the rainbow.
Sugiro (só assim naquela) que se oiça a música enquanto percorrem as restantes linhas deste post ...
Já roda? Então ...
Diz que ...
Jeff Buckley é o culpado pela (potente, linda, turbulenta e doce) vocalização desta música. A instrumentalização já estava mais do que feita, mas o Thom Yorke andava doido por não conseguir uma vocalização à altura. Frustrado com essa incapacidade, fez uma pausa na gravação e foi a um barzito dar um giro para espairecer. Quem é que (muito afortunadamente) tocava a solo nesse mesmo bar? ... The one and only and supremely sweet sweet Jeff Buckley (pouca coisa, digo eu). No fim do concerto, completamente maravilhado com o que tinha acabado de ver e ouvir, Thom Yorke regressa ao estúdio e sob autêntica inspiração divina grava a voz da Fake Plastic Trees num único take, MAS só na terceira tentativa. Aquela que seria apenas um esboço para a música acabou por se tornar (graças a deus) na versão final ... A vocalização é perfeita e, sobretudo ... pura. Conta-se que no final da gravação, o Thom Yorke chorou compulsivamente ...
As palavras ...
Her green plastic watering can For her fake Chinese rubber plant In the fake plastic earth That she bought from a rubber man In a town full of rubber plans To get rid of itself
It wears her out, it wears her out It wears her out, it wears her out
She lives with a broken man A cracked polystyrene man Who just crumbles and burns He used to do surgery For girls in the eighties But gravity always wins
It wears her out, it wears her out It wears her out, it wears her out
She looks like the real thing She tastes like the real thing My fake plastic love But I can't help the feeling I could blow through the ceiling If I just turn and run
It wears her out, it wears her out It wears her out, it wears her out
If I could be who you wanted If I could be who you wanted all the time
As imagens ...
Alguma vez sentiram que conheceram uma banda na altura errada e que, anos depois, a vossa receptividade passa a ser toda (e mais alguma ... e muito mais ainda) quando certos momentos da vida e, sobretudo, pessoas justificam completamente que se passe a adorar essa mesma banda? Para mim, Radiohead, é um exemplo perfeito disso mesmo.
Espero que tenham gostado da música tanto quanto eu a amo neste momento ...
... this time (I) don't wanna decide this time (I) just wanna to feel it this time (I) don't wanna decide this time (I) just want to live it this time (I) don't wanna decide this time (I) just want to breathe in this time (I) don't wanna decide this time (I) just want to be (me). The End
De facto, não há nada como um Five Alive no Knock Out depois de meses de abstinência ... Brutal, poderoso, energético, terapêutico.
Sempre maravilhosamente acompanhada, e no entanto, sinto que o momento é só meu. Levito, faço um vôo picado, rodopio até me faltar o oxigénio ... até ser obrigada a estabilizar a altitude. Tudo numa noite (não rara, mas sim muito única) em que, pela primeira vez, a falta da Even Flow (igualmente única) não foi sentida ... Acabou com a cerejinha perfeita ... The End dos Instead.
Com uma chama e sem temores, Cinco membros fundadores te criaram ardente e puro, Um dia seremos uma nação, Sem fígado e sem tostão, Unidos cambaleando para o futuro.
Baco Te criou, eu Te consumo, Com tijuana, drambuie ou sumo, Sempre serás bem acolhido, Dentro do nosso clube singelo, TU, tão verde translúcido e belo, Tão reconfortante depois de bebido.
De sonho e desejo serás sempre sinónimo, Por mais que custe ao derrotado alcoólico anónimo. Pesar e sofrimento da sobriedade são fruto, ABSINTO, TU, és rei e senhor, TU, que afogas a nossa dor, TU, que és livre como o fumo de um charuto.
A cirrose não me assusta, Ó REI, Enquanto não estiver a soro ao céu te erguerei.
* * * Foi há dez anos, canalha ... Dez anos! Realmente, passados dez anos já não há fígado que aguente tal nobre festejo. Ou se calhar até há ...
Guardo comigo as memórias de todos os momentos oníricos que passamos, autênticas figuras siexys que fizemos (e que ainda se vão fazendo, pontualmente), julgamentos bomba, náuseas quando sinto o cheiro de Gold Strike ou Absinto anisado e ... um fígado um tanto ou quanto fraquinho.
Para quem não conhece, sejam bem-vindos ao Clube do Absinto. Para quem se esqueceu, o cantinho ainda existe e é imperativo que seja lido de uma ponta à outra.
(regressei por completo aos meus dezassete anos, recordei imenso essa fase entre o nosso clã e até econtrei umas quantas peças de puzzle soltas que faltavam incluir nas memórias)
(na incapacidade em que me encontro de escrever seja o que for sobre este video, resta-me apenas a partilha do momento que de tão simples que é se torna incrivelmente belo, fazendo assim toda e qualquer diferença)
