Poderia escrever sobre a inesperada compaixão que o meu cérebro teve pelo meu coração quando recebi uma mensagem (de)terminante de um
ladrãozito com quem eu já nutria uma
empatia fora de série que fazia cada vez mais sentido na minha vida. Poderia ter ficado de rastos ou poderia até ter guardado rancor ... mas não, o cérebro cortou o mal pela raíz, agarrou num dos ventrículos e lançou tudo para trás das costas.
Subtle voices in the wind,
Hear the truth they're telling
A world begins where the road ends
Watch me leave it all behind.(far behind ... e sem ter vontade sequer de olhar para trás ... it's guaranteed)Poderia escrever sobre um e-mail e um telefonema que recebi no dia 20 de Setembro que poderão abrir-me as portas para a realização de um sonho primeiro pessoal e, em segundo plano, profissional.
Poderia escrever sobre o entusiasmo enorme que tive em acompanhar, a quilómetros de distância, as tão renovadoras e incríveis férias da
Patrícia na praia de Odeceixe com aquelas delícias do mar tão tão, mas tão 'rau'. Meu deus, 'aquela' fotografia não me sai da cabeça, miúda!
:p
Poderia escrever sobre os sentimentos contraditórios que tive na 5ª Feira. Sobre a excitação quase que infantil por, finalmente, ter comprado a tão ansiada banda sonora do
Into The Wild ... Ou sobre o ataque de fúria momentânea que tive quando, no regresso a casa (no metro e à hora de 'ponta'), me roubaram os telemóveis sem eu ter dado conta. Perdi uma quantidade estúpida de contactos que me vai dar uma dor de cabeça dos diabos para recuperar. Enfim, como sou uma miúda sortuda e rodeada de pessoas lindas (e com um telemóvel desbloqueado, mas pifado de todo para desenrascar), um par de horas depois já tinha nas mãos uma 2ª via activa do cartão (TMN). E, acabadinha de chegar ao Fundão na 6ª Feira à tarde, a Sorte bateu-me outra vez à porta com a mana Martinha a providenciar a 2ª via do cartão Vodafone ... e com o pai Fernando a disponibilizar aqui à filhota um
tamagochi virgem. Não, não sou mimada ... sou sortuda.
Poderia escrever sobre uma andorinha (a mais especial de todas) que veio da praia de Odeceixe, engenhosamente trabalhada sob um seixo. Passou a ser o meu amuleto por tudo aquilo que absorveu e que passará agora a ser-me transmitido. É(s) linda ... É(s) única. Obrigada!
Poderia escrever sobre a magia brutal da banda sonora do
Into The Wild. Poderia dissertar sobre a força das imagens que a acompanham (a contracapa, por exemplo, que não tem nada a ver com o filme é, para mim, a melhor fotografia que pode existir do Homem que compôs a banda sonora) e poderia escrever um longo post sobre a beleza das canções soberbamente compostas e interpretadas pelo Sr. Eddie Vedder.
Contracapa do Into The Wild
Poderia partilhar como fiquei maravilhada com o facto da minha música favorita se escrever com sete letras e ser a sétima faixa do CD. (é oficial ... dezasseis anos de fidelidade à Even Flow foram ultrapassados à primeira pela Hard Sun) Poderia escrever que o raio da música é um vício auditivo ... Arrepio-me com o vibrar das cordas nos primeiros acordes, que são deliciosamente alegres; rebento por dentro com a percursão 'lentamente' poderosa que os acompanha; disparo completamente quando surge o refrão, é lindo; encho-me de sorrisos com a voz da Corin Tucker e até mesmo com o pormenor (que eu amo!) do 'hmmmm' do Eddie Vedder antes do in the big hard world; e depois é ver embrulhar-me todinha com Aquela vocalização de aproximadamente quinze segundos do Eddie Vedder.
Poderia dizer, também, que estou apaixonadíssima pela Far Behind e pela The Wolf que é quase tão bonita quanto a Arc.
Enfim, poderia escrever muita coisa ... mesmo!
Poderia descrever o quão contente fiquei por ter apresentado o 'meu' Fundão à Patrícia ... parte da minha família, a minha quintinha, os meus rituais de fim-de-semana, os meus amigos e como me comporto ao lado deles.
Poderia escrever sobre o orgulho que senti quando, no regresso a Lisboa, parei numa área de serviço de propósito para comprar o jornal desportivo O Jogo com o objectivo de ler uma reportagem de duas páginas muito bem escritas sobre o sólido sucesso dos meninos Hi-Five.
Queria, sobretudo, escrever sobre o efeito que as horas passadas com os meus amigos na Tasca da Estação (do Fundão) tiveram sobre mim. No entanto, vejo-me obrigada a fechar este post sem o fazer, porque o sono acabou de chegar numa taça de Chocapic, regada com leite quente e uma colher de mel.