31 de janeiro de 2009

hoje

Andorinha aboa aboa que o teu pêxinho está em Lisboa!

27 de janeiro de 2009

amanhã

Só quem está perto da braseira é que se aquece.
[Palavras sábias, as do Avô Sebastião.]

Sim!

Vou ou não?

Vou partir. Sim. Vou zarpar. Vou de casca de noz à vela, nas crinas dum unicórnio sem sela. Vou partir. Sim. Vou voar. Nas asas dum pirilampo gigante, às costas dum cometa brilhante... Vou sair. Sim. Vou saltar. De uma nuvem de algodão, p'ra uma bola de sabão. Para longe daqui, para perto de ti. Vou ou não? Sim!
[Filipe Feio, Agosto 2006]

26 de janeiro de 2009

Ontem

Ontem, no meu último dia de earlies fiz um difícilimo Treviso-Wroclaw, que é como quem diz ... Veneza e uma terreola qualquer na Polónia.

A crew: dois pilotos (convém), Julija (N.1); eu (N.2); Hugo (N.3) e Rebecca (N.4).
Julija e Rebecca na parte da frente do avião, eu e o Hugo atrás.

Média de passageiros em cada vôo ao longo do dia ... 70. É muita gente! Embarcar 70 andorinhas num passarão que aguenta com 189 é de facto muito difícil.

No primeiro sector (Charleroi->Treviso) até estivemos ocupaditos. É preciso contar o bar e ver se o cartão confere com o do catering.
Em voos de 1h20m, com o serviço de bar e tudo mais, há coisas que se tornam numa verdadeira aventura ... mas eu e o Huguinho lá nos safamos.

Segundo sector (Treviso-Charleroi) ... Uma trabalheira. Eu e o Hugo quase que suávamos com tanto pedido.
Como o serviço demorou dois minutos (se tanto), a Julinha achou que devíamos descansar um minutinho. Não imaginam como certos minutos de descanso, por vezes, se tornam demasiado longos.

Então, o Hugo decidiu trabalhar mais um bocado ...

... e eu decidi sentar-me na janela oposta a ler o Into The Wild que o Ale me ofereceu no Natal.

Chegámos a Charleroi onde o frenesim era evidente na fotografia ...

Siga para o terceiro sector. O embarque mais complicado de todos! 47 passageiros que acharam que a porta de trás estava demasiado longe e eu até compreendo ... Andar 40m (comprimento do nariz à cauda do Boeing 737-800) a puxar um trolley é realmente muito chato.
Então, decidi ocupar o tempo nisto ...

[CST indica que o avião é bem velhito, o mais carcaça em que voei desde que cá estou)]

[Nos briefings, quando me destacam para ser N.2, tenho sempre o ritual de escrever no roster a 'matrícula' do avião, a duração dos voos e o número de passageiros. Sou o único N.2 que o faz ... Sim, sou uma gaja muito profissional!]

[Como não estava a fazer nada mesmo, decidi rever os procedimentos de segurança para os passageiros. Eu e o Hugo concordámos que toda a gente há-de saber interpretar o quadrado amarelo, na última tira da direita, como 'verificar as condições interiores e exteriores' antes de abrir as portas de emergência das asas.]

Fechámos as portas e lá fomos para Wroclaw (que ninguém aqui consegue pronunciar, a não ser os polacos).
A fotografia que se segue é a paisagem do terceiro vôo.

[1/3 dos passageiros até se deu ao luxo de ficar numa fila só, que é uma bela de uma cama quando não há nada mais confortável à mão.]

Mais uma descolagem ... mais uma rotina ... mais trabalho ...

[fiquei a saber, com este jornal italiano, que um T4 em Veneza pode custar a módica quantia de 900.000,00€]

[ ... versão Capuchinho Vermelho]

[ ... versão Peter Pan]

[ ... versão Hannibal da Zona J]

- Com'é, puto ... vamos trabalhar mais um bocado?
- 'Bora ... (com um sotaque nortenho)

Sentámo-nos à janela e decidimos explorar os fenómenos da aviação ...

[o círculo tipo arco-íris que está no centro da fotografia não é ilusão da janela, mas sim o resultado do reflexo do sol nas nuvens projectado pelo avião]

[foi tanto o tempo que estive há janela que contei uns quatro aviões a passar por baixo de nós ... um deles, tão pertinho que deu para identificar que era um KLM]

Como se o tempo sem fazer nenhum no avião não chegasse, aterrámos em Wroclaw 1h10m antes do suposto. Uma hora é muito tempo e significa que o check-in nem sequer tinha fechado ... e se o check-in ainda não tinha fechado, não podíamos começar o embarque.
Esperámos que o Comandante verificasse o avião.
Que chatice ... estava mau tempo e o Comandante obrigou-nos a ir dar uma volta.
A Julija e a Rebecca quiseram ficar.

[nos aeroportos da Polónia, quem faz a segurança não são os Securitas, mas sim os militares ... aquilo mais parecia a tropa! (como dizia o Telmo do Big Brother)]

[estivemos no convívio (a fazer a fotossíntese possível) no cantinho dos fumadores com o pessoal de terra e, enquanto o Hugo fumava, bati mais uma chapa ao nosso bebé]

[brincámos por um bocado aos carrinhos de choque ... ]

Descolámos com dez minutos de avanço ... aterrámos com quarenta ... Com um bar perfeitinho e um avião impecavelmente arrumado.

No fim deste dia tão excelente, ninguém se atreveu a dizer aquilo que é costume depois de um vôo de earlies ... Estou que nem posso, quero ir para casa dormir!

24 de janeiro de 2009

sinestesia

Monte Gordo no Verão de '94 cheirava a ...



E o Santiago Alquimista na Festa Grunge II ainda hoje me cheira a ...



Se Sonic Youth e Pearl Jam não existissem, esta seria sem qualquer sombra de dúvida a minha banda favorita de todo o sempre!

23 de janeiro de 2009

Veneza
[dia 2]

São estas a boas vindas mal se põem as patinhas fora da estação de comboios.
Comprámos um guia em inglês que trazia um mapa à parte.

[ Foi aqui que destacámos funções ... O Alessandro ficou com o mapa, porque o meu sentido de orientação é o que se sabe, e eu fiquei com o guia. À medida que passávamos perto dos números no mapa, o Alessandro dava-me conta do número e aqui a pardalita fazia a sessão de leitura sobre o devido monumento.
Com o guia em meu poder ainda consegui fazer umas quantas fintas ao Ale no que toca a visitar igrejas, porque achei que tínhamos entrado em suficientes na parte da manhã em Pádua e Veneza tem imenso para ver! ]


Olhei para a esquerda ... depois para a direita, olhei para o mapa de Veneza e pensei ... Vamos andar p'ra car****! ... Virei-me para o Alessandro e comentei com uma gargalhada, ohh we definitely need a good lunch ...
Levou-me ao Ae Oche onde comi um calzone vegetariano estupidamente grande e bom ... e barato.
Foi uma das coisas que achei na Itália, pelo menos comparativamente com a Bélgica ... Comer fora de casa é quase uma pechincha!

Só para ficarem com uma ideia ... No primeiro dia, vimos Cannaregio (onde estava a Pousada da Juventude), Castello e San Marco.
Eventualmente, acabávamos por passar de zona em zona para ver os monumentos que estavam próximos.
Na manhã seguinte, e ainda parte da tarde, passámos Cannaregio e um bocadinho da parte verde mais escura, e visitámos San Polo e Dorsoduro. No fim, para acabar em beleza, fizemos o Canal Grande de vaporetto até à estação de comboios (que é o pontinho vermelho entre o laranja e o verde), que é a estação de Santa Lucia.

Feitas as apresentações mapais, vamos lá ver se consigo fazer um roteiro coerente com as fotografias até porque visitar Veneza com o Alessandro (que é natural da zona) foi uma autêntica lição de História! O rapaz é tipo o nosso José Hermano Saraiva.

[contou-me uma vez um italiano, aqui da Base de Charleroi, que se eu fosse italiana o meu nome seria 'Sara Martini' ... amei! Para quem não sabe, o meu último nome é Martins e não Lambelho]

Em Veneza os carros não têm rodas, mas sim casco e as estradas não são de alcatrão, mas sim água. Ele é pontes e pontezinhas e canais e canaizinhos por todo o lado ... Carros, Vespas ou Lambrettas e binas pura e simplesmente não se vêem ... ponto!

Eu já tinha uma ideia que em Veneza é assim que as coisas funcionam, mas chegar lá e ver barcos-ambulância, barcos-Correio e barcos-Carabinieri foi das coisas mais únicas que vi na vida, porque tal nunca me tinha passado pela cabeça. Foi um pormenor engraçado que deu azo às conversas mais ridículas (de faltar o ar de tanto rir) com o Alessandro.
A pateguice começou quando, logo no ínicio, passámos à porta de um Liceu e um ajuntamento de canalha que fumava o seu cigarrito depois das aulas. Nisto passa um rapazito num barco todo catita (um Mini Cooper dos barcos, vá). Era um colega que tinha ido buscar o barco e seguia para casa. Nisto, uma das meninas pediu boleia até não-sei-onde ... Pronto, estava dado o mote para umas dezenas de minutos a imaginar situações do dia-a-dia transpostas para o mundo veneziano.
Algumas das quais ainda me lembro ...

Having a date here is probably amazing 'cause the guy will say, "Don't worry I'll sail you home ... and my boat is parked just in front."

How would a tuning-boat look like? You know, where would they put the neon lights? ... and what about the Hi-Fi system? That's something worth seeing!

Uma do Ale ... I suppose they don't do races here when the traffic light goes green ... Anyway, there are no traffic lights. I guess ...
(também não me lembro de ter visto)

E para já, chega. Há mais uma que ficou registada no video da viagem de vaporetto.

[tirada no Ghetto Ebraico constituído a 1516 pela República Veneziana como residência obrigatória para todos os Judeus ... e mais alguns, vá]

[ ... seja lá o que signifique este sinal de trânsito]

[Campo Santo de Veneza, que para mim é uma expressão bem mais bonita do que Cemitério]

[Santa Maria dei Miracoli, séc.XVI ... diz que foi construída com as sobras de mármore da Basílica de S. Marco]

[montras de massa e cenas feitas com vidro de Murano são mato em Veneza! Não comprei nada nem de um nem do outro.]

Quando chegámos à Praça de S.Marco (um dos ex-líbris da terra) já estava a escurecer, por isso as fotografias ficaram uma cagada, mas ainda assim tirei umas quantas.

[imagem da Praça retirada das interwébzz]

[lado esquerdo (de costas para a Basílica)]

[lado direito ... ]

A Praça de S. Marco parece estar bem mais diferente do que costumava ser.
Primeiro ... os pombos, que eram mais que as mães, praticamente já não se vêem. Se contei três ou quatro foi muito!
Depois, diz que o Campanário (a torre laranja que se vê na primeira imagem) está a tombar para o lado, tipo Torre de Pisa. De momento, a base do Campanário está protegida por umas cenas de madeira que roubam espaço à Praça, tirando-lhe um bocado a noção da verdadeira dimensão que tem.
De qualquer das formas está lá e os edifícios circundantes têm fachadas estupidamente lindas!

[Basílica de S. Marco]

[vista para a Piazzetta di San Marco]

Quanto às duas colunas que estão lá ao fundo ... Na da esquerda está o Leão de S. Marco (símbolo espalhado por toda a cidade) e na da direita S. Teodoro, que aparentemente era o santo padroeiro de Veneza antes do corpo de S. Marco ter sido roubado.

Batemos mais umas chapas, demos um giro e decidimos fazer o caminho de volta para a Pousada.
Passámos pela famosa Ponte dos Suspiros, que ao contrário do que muita gente julga, não tem nada a ver com a cena romântica dos namorados, mas sim por ser o último ponto de passagem do pessoal que ia ser executado na Praça de S. Marco. A ponte faz a ligação entre duas prisões.

[a Ponte dei Sospiri é aquela coisinha branca no meio daquele azul todo a cobrir os edifícios em restauro]

Chegados à Pousada meio estoirados, descansámos um bocado enquanto o pessoal com quem partilhámos o quarto tomava um duche.
Quarto muito fofo, por acaso. Seis camas individuais viradas para umas para as outras. No entanto, calhou-me a mim dormir entre o Ale e um japa enquanto, no outro lado, um rapaz dormia entre duas piquenas, uma delas também do Japão.
Já fresquinhos, fofos e cheirosos voltámos a sair para comer qualquer coisita. Entrámos num pub irlandês muita piririco e enquanto mandávamos a primeira 1/2 pint de Guiness abaixo descobri, numa das paredes, um pedacinho da História de Portugal ...

[o que o pessoal na altura não comprava com uma notinha destas ... ]

Tomado o Xanax de cevada, voltámos para a Pousada. Botei os phones nos ouvidos e iPodei até de manhã.
Bonna note!

[parte II de Veneza quando ficar de folguinhas]

22 de janeiro de 2009

Juliana Hatfield

Enquanto acabo a primeira parte do post de Veneza, e porque hoje o dia de vôo me deixou muita bem disposta (e com vontade de ouvir coisas nostálgicas que mantenham a boa disposição), deu-me para ir ao baú buscar uma senhora que só me traz as boas memórias dos meus quê ... 14/15 anos.
Grandes sessões, com o volume da aparelhagem bem alto, que eu a Bagui e a Bebé fizemos a ouvir todos os álbuns da Juliana Hatfield no quarto delas. O 6º andar das Laranjeiras quase que vinha abaixo com tanto pular e saltar de cama em cama recheados de parvoíce. A sorte é que o pai Tó-Nô e a mãe Isabel tinham (e acho que ainda têm) uma verdadeira pachorra para nos aturar.

Na altura, a piquena namorava com o Evan Dando (vocalista dos Lemonheads) ... Evan Dando esse por quem a Bagui era completamente doida, tal qual como era pelos Lemonheads.

Como já não ouvia o Only Everything há anos, vejo-me neste momento a fazer um maravilhoso flashback de como foi ssspectacular a minha juventude (como me posso atrever a dizer que foi também a de todos os meus amigos fundanetes) naquela terrinha que aparentemente nos aborrecia tanto ... o Fundão.

Poderia embedar uma porradona de músicas do Become What You Are que estou a rodar no Imeem, porque não tenho o álbum aqui comigo ... mas pronto. Esta é daquelas nostalgias que só é mesmo partilhável com elas.

Para as manas, onde quer que estejam ...

JULIANA HATFIELD - MY SISTER


Ou esta que se transformava numa galhofa pegada sempre que eu e a Bagui tentavamos coordenar as violas ... e a letra.


20 de janeiro de 2009

Ausência ...

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

Sophia de Mello Breyner Andresen

shows no mercy ...

Porque o stress me obriga a acordar ...

Porque os olhos não querem fechar quando o descanso é imperativo ...

Porque o coração já vai entrando em arritmia quando a memória projecta demasiados flashbacks ...

Porque hoje alguém falou em sentir a minha falta aqui ...

Porque no dia vou estar desprotegida ...

Porque o ombro estará ausente ...

Porque começo a aperceber-me da fraqueza nas defesas ...


Hoje, a almofada sentiu bem fundo as primeiras e impiedosas saudades antecipadas enquanto ouvia a Spared de Become Not.

[Dói e vai doer muito mais ... ]

18 de janeiro de 2009

Pádua
[dia 1 & 2]

Chegámos a Pádua quando começava a escurecer. Momento péssimo para tirar fotografias de jeito com tamagochi.
Fomos à procura de Pousada da Juventude (que mais parecia uma pousada fantasma) para largar as tralhas e dar um giro assim para o rápido pela terra.

Atravessámos a Prato della Valle que é uma praça estupidamente linda e grande, cheia de estátuas por tudo o que é lado, pontezinhas e fontes (que é só uma, pronto).
Demos um giro pelas duas basílicas principais, a de Santa Justina e a do nosso Santo António. Qualquer uma delas enorme, com interiores impressionantes e capelas muito ricas e detalhadas.

Uma vez que o cansaço já se tinha apoderado de nós, decidimos ir a um barzinho todo fashion comer uns petiscos e beber um copo de vinho para ajudar (ainda mais) no descanso.

De manhã, saímos e demos mais umas voltinhas. Fomos à Universidade que é uma das mais antigas da Europa, passámos pela casa onde viveu Galileu e pouco mais. Eu já estava aos pulos para chegar a Veneza.

[porque me lembrei do Joanel]


[Prato della Valle]

[foi a única fotografia que me atrevi a tirar dentro da igreja (não me lembro qual, entrámos numas quantas), porque achei o altar lindíssimo e muito invulgar]

[tirei uma porradona de fotografias às portadas das janelas ... achei-as qualquer coisa de espectacular mesmo ... apaixonei-me]

[entrada da Universidade, a terceira mais antiga de Itália ... o relógio solar estava avariado]

[casa do Galileu Galilei]

[Basílica de Santo António, onde estão presentes a língua, cordas vocais e maxilar inferior do dito cujo ... creepy!]

A ideia com que fiquei de Pádua é que é tipo uma Fátima italiana. Deu-me a sensação que tudo gira muito à volta da religião, sobretudo por causa do Santo António.
Confesso que muito desta opinião se deve ao facto da curiosidade do Alessandro ser enorme. Então, cada igreja que eu avistava já sabia que era entrada na certa. Depois da quarta, sugeri muito subtilmente ... Let's go to Venice so we can have a nice pizza there!
E lá fomos.
Entrámos no comboio e siga p'a bingo!

Verona
[dia 1]

A viagem começou cedo ... muito cedo! Eu e o Alessandro apanhámos o primeiro vôo da manhã para Bergamo, perto de Milão, na região da Lombardia, no Norte de Itália.
Fomos recebidos com um nascer-do-sol absolutamente lindo, com uma lua cheiona que já se começava a deitar por trás dos Alpes, mais precisamente, nos Alpes Oróbios.

Foi uma sensação engraçada passar para o lado de lá ... uma vez que sempre que voo para Bergamo, fico sempre do lado de cá, do 'lado ar' do aeroporto. Foi como se tivesse atravessado uma fronteira.

Metemo-nos no comboio e siga para a primeira paragem ... Verona!
Praticamente uma horita de viagem com uma paisagem linda, sobretudo quando passámos o Lago de Garda que é uma coisa gigantescamente lindíssima (370 km2).
Da região da Lombardia, passavamos então para a região do Veneto, onde se concentram todas as cidades que visitámos.

Verona é uma fofura! Amei e era gaja para lá ficar a morar um mesito (não tem praia, por isso é que era só um mês). E como era Domingo, ainda mais fofo se tornou porque as ruas estavam praticamente desertas ... O sol, que por vezes nos dava o toquezinho no ombro, proporcionou um passeio excelente ... super tranquilo sem empurrões nas atracções principais.

[Arena de Verona]

[interior da Arena]

Dizem que é um dos sítios com a melhor acústica do mundo. No Verão, acolhe concertos e imensas óperas.
E o video que se segue foi uma tentativa envergonhada para o provar ...


Daqui seguimos logo para o spot que me levou (e praticamente todos os turístas) a Verona ... a casinha da Julieta, mais precisamente a Varanda onde se passa um dos momentos mais bonitos da peça de Shakespeare.

[varanda da Julieta]

Ay me!
( ... )
O Romeo, Romeo! wherefore art thou Romeo?
Deny thy father and refuse thy name;
Or, if thou wilt not, be but sworn my love,
And I'll no longer be a Capulet.

[a própria da Julieta, que tem a mamoca esquerda bem luzidia de tanta mão que a esfrega]

O pequeno túnel, que dá acesso ao átrio da entrada da casa, está todo assinado pelo pessoal que por lá passa. Por cima das assinaturas vêem-se imensos papéis, papelinhos e papeletes colados, na maioria, com pastilha elástica (na falta de melhor, aqui vai disto ... e a fama do sítio prende-se precisamente com este 'doce' pormenor).
Foi uma falha minha não estar a mascar uma chewinga na altura, mas como não tinha o V ao meu lado, decidi ficar-me pelo registo fotográfico.


Depois de comprar uns quantos souvenirs na casinha em frente, seguimos para a parte que eu também mais ansiava ... COMER!
Sempre fui completamente doida por comida italiana. Pizza e massa é comigo.
O Marco, que é um piloto italiano que mora agora conosco, já é famoso na Base pela sua magnífica lasagna, porque sempre que o assunto se proporciona, eu faço questão de dizer que o gajo cozinha mesmo bem!
Adiante ...
Entrámos num tasco e o Alessandro escolheu o almoço ... pasta i fasioi que é como quem diz, massa com feijão que é um prato típico de Verona.
Bué da bom! Sabe a feijoada, mas sem o abuso das carnes. E posso dizer que depois desta pratada, não consegui comer absolutamente mais nada!

[hidratos de carbono x 3 ... ainda lhe juntei pão como fez o Alessandro]

Era então imperativo dar umas quantas mais voltas à terra para desmoer o mais possível, porque dali eu já só queria era abancar numa esplanada ao sol e arrochar a tarde inteira ...
Fomos espreitar a casa do Romeu que, para meu choque, é hoje uma casa privada. Devem ter pago pouco por ela, devem ... (haja dinheiro!).

[na tabuleta lê-se: Casa di Cagnolo Nogarola detto Romeo (sec. XIV)]


[estas tabuletas com excertos da peça Romeu & Julieta encontram-se um pouco por toda a parte da cidade]

Atravessámos a Ponte Scaligero, onde por baixo passa o rio Adige e contornámos o resto de Verona a levar com o solinho no lombo.
Ah! Fiquei a perceber porque é que os italianos têm tanto a mania dos óculos-de-sol.
Das duas uma, ou eram os meus olhos que estavam (e estão) desabituados ou, de facto e apesar dos 6ºC, o sol cega um bocado a vista.


[Ponte Scaligero]

[e a águinha era super transparente!]

Atravessámos uma das pontes que têm os cadeados do amor eterno ( ;) Sarita ), que estão pendurados num arame ao longo da ponte.
Não tirei foto por pardalice.
Entrámos muralhas adentro novamente e saímos em direcção aos comboios com destino a Pádua.

[tabuleta com o busto de Shakespeare, à saída de Verona. O excerto refere-se à parte em que o Romeu, depois de matar Tibalto, é banido para Mântua.
Sim, porque eu sei a peça de trás para a frente!]