23 de janeiro de 2009

Veneza
[dia 2]

São estas a boas vindas mal se põem as patinhas fora da estação de comboios.
Comprámos um guia em inglês que trazia um mapa à parte.

[ Foi aqui que destacámos funções ... O Alessandro ficou com o mapa, porque o meu sentido de orientação é o que se sabe, e eu fiquei com o guia. À medida que passávamos perto dos números no mapa, o Alessandro dava-me conta do número e aqui a pardalita fazia a sessão de leitura sobre o devido monumento.
Com o guia em meu poder ainda consegui fazer umas quantas fintas ao Ale no que toca a visitar igrejas, porque achei que tínhamos entrado em suficientes na parte da manhã em Pádua e Veneza tem imenso para ver! ]


Olhei para a esquerda ... depois para a direita, olhei para o mapa de Veneza e pensei ... Vamos andar p'ra car****! ... Virei-me para o Alessandro e comentei com uma gargalhada, ohh we definitely need a good lunch ...
Levou-me ao Ae Oche onde comi um calzone vegetariano estupidamente grande e bom ... e barato.
Foi uma das coisas que achei na Itália, pelo menos comparativamente com a Bélgica ... Comer fora de casa é quase uma pechincha!

Só para ficarem com uma ideia ... No primeiro dia, vimos Cannaregio (onde estava a Pousada da Juventude), Castello e San Marco.
Eventualmente, acabávamos por passar de zona em zona para ver os monumentos que estavam próximos.
Na manhã seguinte, e ainda parte da tarde, passámos Cannaregio e um bocadinho da parte verde mais escura, e visitámos San Polo e Dorsoduro. No fim, para acabar em beleza, fizemos o Canal Grande de vaporetto até à estação de comboios (que é o pontinho vermelho entre o laranja e o verde), que é a estação de Santa Lucia.

Feitas as apresentações mapais, vamos lá ver se consigo fazer um roteiro coerente com as fotografias até porque visitar Veneza com o Alessandro (que é natural da zona) foi uma autêntica lição de História! O rapaz é tipo o nosso José Hermano Saraiva.

[contou-me uma vez um italiano, aqui da Base de Charleroi, que se eu fosse italiana o meu nome seria 'Sara Martini' ... amei! Para quem não sabe, o meu último nome é Martins e não Lambelho]

Em Veneza os carros não têm rodas, mas sim casco e as estradas não são de alcatrão, mas sim água. Ele é pontes e pontezinhas e canais e canaizinhos por todo o lado ... Carros, Vespas ou Lambrettas e binas pura e simplesmente não se vêem ... ponto!

Eu já tinha uma ideia que em Veneza é assim que as coisas funcionam, mas chegar lá e ver barcos-ambulância, barcos-Correio e barcos-Carabinieri foi das coisas mais únicas que vi na vida, porque tal nunca me tinha passado pela cabeça. Foi um pormenor engraçado que deu azo às conversas mais ridículas (de faltar o ar de tanto rir) com o Alessandro.
A pateguice começou quando, logo no ínicio, passámos à porta de um Liceu e um ajuntamento de canalha que fumava o seu cigarrito depois das aulas. Nisto passa um rapazito num barco todo catita (um Mini Cooper dos barcos, vá). Era um colega que tinha ido buscar o barco e seguia para casa. Nisto, uma das meninas pediu boleia até não-sei-onde ... Pronto, estava dado o mote para umas dezenas de minutos a imaginar situações do dia-a-dia transpostas para o mundo veneziano.
Algumas das quais ainda me lembro ...

Having a date here is probably amazing 'cause the guy will say, "Don't worry I'll sail you home ... and my boat is parked just in front."

How would a tuning-boat look like? You know, where would they put the neon lights? ... and what about the Hi-Fi system? That's something worth seeing!

Uma do Ale ... I suppose they don't do races here when the traffic light goes green ... Anyway, there are no traffic lights. I guess ...
(também não me lembro de ter visto)

E para já, chega. Há mais uma que ficou registada no video da viagem de vaporetto.

[tirada no Ghetto Ebraico constituído a 1516 pela República Veneziana como residência obrigatória para todos os Judeus ... e mais alguns, vá]

[ ... seja lá o que signifique este sinal de trânsito]

[Campo Santo de Veneza, que para mim é uma expressão bem mais bonita do que Cemitério]

[Santa Maria dei Miracoli, séc.XVI ... diz que foi construída com as sobras de mármore da Basílica de S. Marco]

[montras de massa e cenas feitas com vidro de Murano são mato em Veneza! Não comprei nada nem de um nem do outro.]

Quando chegámos à Praça de S.Marco (um dos ex-líbris da terra) já estava a escurecer, por isso as fotografias ficaram uma cagada, mas ainda assim tirei umas quantas.

[imagem da Praça retirada das interwébzz]

[lado esquerdo (de costas para a Basílica)]

[lado direito ... ]

A Praça de S. Marco parece estar bem mais diferente do que costumava ser.
Primeiro ... os pombos, que eram mais que as mães, praticamente já não se vêem. Se contei três ou quatro foi muito!
Depois, diz que o Campanário (a torre laranja que se vê na primeira imagem) está a tombar para o lado, tipo Torre de Pisa. De momento, a base do Campanário está protegida por umas cenas de madeira que roubam espaço à Praça, tirando-lhe um bocado a noção da verdadeira dimensão que tem.
De qualquer das formas está lá e os edifícios circundantes têm fachadas estupidamente lindas!

[Basílica de S. Marco]

[vista para a Piazzetta di San Marco]

Quanto às duas colunas que estão lá ao fundo ... Na da esquerda está o Leão de S. Marco (símbolo espalhado por toda a cidade) e na da direita S. Teodoro, que aparentemente era o santo padroeiro de Veneza antes do corpo de S. Marco ter sido roubado.

Batemos mais umas chapas, demos um giro e decidimos fazer o caminho de volta para a Pousada.
Passámos pela famosa Ponte dos Suspiros, que ao contrário do que muita gente julga, não tem nada a ver com a cena romântica dos namorados, mas sim por ser o último ponto de passagem do pessoal que ia ser executado na Praça de S. Marco. A ponte faz a ligação entre duas prisões.

[a Ponte dei Sospiri é aquela coisinha branca no meio daquele azul todo a cobrir os edifícios em restauro]

Chegados à Pousada meio estoirados, descansámos um bocado enquanto o pessoal com quem partilhámos o quarto tomava um duche.
Quarto muito fofo, por acaso. Seis camas individuais viradas para umas para as outras. No entanto, calhou-me a mim dormir entre o Ale e um japa enquanto, no outro lado, um rapaz dormia entre duas piquenas, uma delas também do Japão.
Já fresquinhos, fofos e cheirosos voltámos a sair para comer qualquer coisita. Entrámos num pub irlandês muita piririco e enquanto mandávamos a primeira 1/2 pint de Guiness abaixo descobri, numa das paredes, um pedacinho da História de Portugal ...

[o que o pessoal na altura não comprava com uma notinha destas ... ]

Tomado o Xanax de cevada, voltámos para a Pousada. Botei os phones nos ouvidos e iPodei até de manhã.
Bonna note!

[parte II de Veneza quando ficar de folguinhas]

1 comentário:

Colei-me Ao Tecto disse...

Ainda sou do tempo que essa nota dava pa ir ao cinema e pagar dois bilhetes (o meu e o da minha mana), dava pa um Mars pa mim e um Lion pa mana, uma garrafa de água pa cada uma e ainda levava trocos pa casa... ele há coisas...